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06/11/2025

Encontro Norte-Nordeste destaca união regional e fortalecimento da Defensoria Pública brasileira

Fonte: ASCOM ANADEP
Estado: DF

Cerca de 300 pessoas participaram, na noite desta quinta-feira (6/11), da solenidade de abertura do Encontro das Defensoras e Defensores Públicos das Regiões Norte e Nordeste. O evento, realizado no Hotel Luzeiros, em Fortaleza (CE), reúne defensoras e defensores públicos para discutir os principais temas relacionados à atuação da Defensoria Pública e sua importância para a sociedade. O tema desta edição é “Defensoria Norte e Nordeste em diálogo: justiça estrutural, associativismo e meio ambiente.”

A mesa de abertura contou com a presença da presidenta da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP), Fernanda Fernandes; da presidenta da Associação das Defensoras e Defensores Públicos do Ceará (ADPEC), Kelviane Barros; da secretária de estado dos direitos humanos do Ceará, Socorro França, representando o governador do Estado, Elmano de Freitas; da defensora pública-geral do estado do Ceará, Sâmia Farias, que também representou a presidência do Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais (CONDEGE); do deputado estadual Guilherme Sampaio (PT); do desembargador Carlos Augusto Gomes Correia, representando o desembargador Heráclito Vieira de Nousa neto, presidente do TJCE; da diretora coordenadora da região Nordeste da ANADEP, Tereza Almeida; da ouvidora geral da defensoria pública do estado do Ceará, Francisca Joicemeiry Ramos de Brito, representando o Colégio Nacional de Ouvidorias de Defensorias Públicas (CNODP); e da integrante da comissão de acesso à justiça da OAB-CE, a defensora pública Francilene Gomes de Brito Bessa.

Com um discurso emocionante, Fernanda Fernandes destacou suas raízes com a cultura nordestina. “Falo aqui como presidenta da ANADEP, mas também como filha de piauienses e neta de cearenses, nascida das terras do Cariri, lugar onde meus avós aprenderam a transformar a dureza da vida em poesia. Estar hoje em Fortaleza, nessa união entre Norte e Nordeste, é regressar às minhas origens; é sentir o calor humano, o vento do mar e o pulsar de um Brasil que resiste e se reinventa todos os dias.”

Em seguida, a presidenta da ANADEP destacou a emoção de realizar o Encontro Norte-Nordeste. Para ela, o evento é um momento de reencontro, celebração e reconhecimento do trabalho incansável realizado pela categoria em todas as regiões do país.

“Esses encontros são também uma oportunidade de reconhecer e celebrar o trabalho das defensoras e dos defensores públicos, das Associações e das Defensorias de cada região, com toda a riqueza de desafios, soluções e saberes que brotam das especificidades locais. Aproveito para agradecer a cada presidente das Associações Estaduais das regiões Norte e Nordeste e a cada defensora e defensor público que, com dedicação e coragem, fazem a diferença no cotidiano dos desafios e das riquezas regionais. Porque é exatamente para isso que estamos aqui: para transformar a riqueza do nosso povo em esperança — e a esperança em justiça”, frisou.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional da Defensoria Pública, as regiões Norte e Nordeste somam cerca de 75 milhões de pessoas, tornando-se um dos principais polos de atuação da Defensoria Pública. Juntas, as Defensorias desses 16 estados ultrapassam 7,5 milhões de atendimentos anuais, transformando a realidade de cidadãs e cidadãos por meio do acesso efetivo à justiça. Durante a solenidade, foi exibido um vídeo que ilustrou o trabalho desenvolvido por defensoras e defensores públicos nessas regiões.

Em seguida, a presidenta da ADPEC, Kelviane Barros, anfitriã do Encontro, destacou que a Defensoria é uma só. "Embora plural em cores, sotaques e realidades, a nossa força está na unidade nacional de nossa missão e na certeza de que somos, em conjunto, o braço mais humano da justiça”, disse.

Kelviane Barros reforçou que o encontro é um espaço de reflexão e de construção de soluções concretas para os desafios da Defensoria Pública. "Reunimos mentes e corações comprometidos com o fortalecimento do acesso à justiça, com a inovação tecnológica, com o cuidado de quem cuida e com a defesa da vida e da dignidade em todas as suas dimensões"

Ao saudar o dispositivo de honra, a defensora pública-geral Sâmia Farias agradeceu a escolha do Ceará como sede do encontro regional da categoria e destacou a relevância do momento para o fortalecimento da Defensoria Pública e a integração entre as instituições. “Receber este evento em nosso estado é uma honra e uma oportunidade de reafirmar o compromisso da Defensoria com a promoção da justiça e com o diálogo entre as defensoras e os defensores públicos de todo o país”, afirmou.

Palestra Magna

O destaque da noite foi a palestra magna “Modelo Público de Acesso à Justiça”, que contou com a participação do jurista e professor titular de Direito Constitucional da UERJ, Daniel Sarmento, e do juiz federal e pós-doutor em Direito Constitucional, Dirley da Cunha Júnior. A defensora pública da Bahia e coordenadora da Região Nordeste da ANADEP, Tereza Almeida, foi a mediadora do debate.

Na ocasião, Tereza Almeida destacou a importância de manter viva, em todos os espaços, a discussão sobre o papel da Defensoria Pública. “A Defensoria é expressão e instrumento fundamental do regime democrático de direito. A nossa instituição é, sem dúvida, uma potência. Prova disso é que, apenas no último ano, foram realizados cerca de 30 milhões de atendimentos, assegurando o acesso à justiça a pessoas em situação de vulnerabilidade, promovendo a dignidade humana, os direitos fundamentais, a redução das desigualdades e a defesa da democracia”, afirmou.

O juiz federal Dirley da Cunha Júnior abriu os debates abordando o papel constitucional da Defensoria Pública como instrumento essencial de democratização do acesso à justiça, analisando comparativamente os modelos de assistência jurídica adotados em diferentes países e destacando o modelo público brasileiro como o mais alinhado aos direitos fundamentais.

Ao longo de sua exposição, ele revisou as emendas que garantiram autonomia administrativa, funcional e orçamentária à Defensoria, culminando com a EC 80/2014 — considerada o marco de maior empoderamento da Instituição. O professor também analisou decisões do Supremo Tribunal Federal, como a ADI 5644 (2025) que reafirmou a autonomia da Defensoria e a inconstitucionalidade de leis estaduais que destinem recursos a convênios com advogados dativos.

"O acesso à justiça é uma política constitucional de Estado, não um ato de caridade. A Defensoria Pública forte, autônoma e independente é condição para a efetivação dos direitos humanos", disse.

Na sequência, Daniel Sarmento apresentou uma profunda reflexão sobre desigualdade e acesso à justiça no Brasil. Em sua exposição, destacou que as condições de vida de uma sociedade são moldadas por múltiplas dimensões, como economia, liberdade, espaços de poder e reconhecimento que se entrelaçam com questões de gênero e raça.

“O direito à vida, por exemplo, não é algo de que todos gozem da mesma forma. Basta observar quem são as maiores vítimas de homicídios em nosso país”, pontuou Sarmento.
 
Ao abordar o papel das instituições públicas na redução dessas desigualdades, o palestrante enfatizou a Defensoria Pública como um agente essencial na promoção da justiça social. “A Defensoria Pública é uma instituição vocacionada para atender as pessoas necessitadas e garantir que a justiça alcance quem mais precisa”, ressaltou.
 
Sarmento também alertou para os ataques e ameaças à autonomia da Instituição, lembrando que, justamente por defender os mais vulneráveis, ela se torna alvo recorrente de políticas de austeridade seletiva.
 
“Esses ataques se manifestam de forma sistemática, seja por meio do teto de gastos, seja por outras medidas que fragilizam sua estrutura e comprometem sua missão constitucional”, concluiu.
 
 

Sobre o Encontro

O Encontro das Defensoras e Defensores Públicos das Regiões Norte e Nordeste prossegue nesta sexta-feira (7/11).

A programação inclui os painéis “Defensoria Pública e Inteligência Artificial” e “Cuidar de quem cuida: a importância da saúde mental no cotidiano defensorial”, além dos concursos “Justiça Climática é Justiça Social” e “Boas Práticas Associativas”. O encerramento contará com a palestra “Justiça Climática é Justiça Social”, com a participação do jornalista Guilherme Carvalho e do deputado estadual Renato Roseno (PSOL), sob mediação do defensor público do Pará e presidente da ADPEP, Bruno Braga.

A iniciativa é da ANADEP, com apoio das Associações Estaduais ADPACRE, ADEPAL, ADEPAP, ADEPAM, ADEP-BA, ADPEMA, ADPEP, APDP, ADEPEPE, APIDEP, ADPERN, ADEPRO, ADPERR, ADPESE e ADPETO. A ADPEC é a anfitriã desta edição.

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