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10/10/2025

CE: O caminho do amor e do direito: 2.599 quilômetros que separaram Cristiano e Thiago dos sonho de suas vidas

Fonte: ASCOM/DPECE
Estado: CE
Mais de 37 horas de estrada e 2.599 quilômetros percorridos para que Cristiano Rodrigues Roque de Oliveira e Thiago Rodrigues Roque de Oliveira realizassem um sonho: conhecer seus filhos. De São José da Barra, em Minas Gerais, até Fortaleza, de carro porque a espera já não cabia mais no coração.
 
Casados há 11 anos, eles aguardavam há dois anos e meio na fila de adoção para concretizar esse desejo. O primeiro contato com os irmãos Fabrício e Miguel foi por videochamada, mas já  ali, na tela, veio a certeza: aqueles eram os filhos que tanto esperaram.
 
“Estávamos tão ansiosos nesse momento! Foi uma sensação que não dá nem para explicar. Parecia que já nos conhecíamos há muito tempo. A gente ficou muito emocionado! Eles nos chamando de “pai pra lá, pai pra cá”. Nossa, é um sentimento que não tem explicação”, relembra Thiago, ainda emocionado.
 
Para tornar possível a formalização dessa nova família, o Núcleo de Atendimento da Defensoria Pública da Infância e da Juventude (Nadij) entrou com o pedido de adoção definitiva, com liminar para guarda provisória para que fosse possível a viagem de volta para a cidade dos novos papais. E lá se foram mais 2.599 km de volta, porém, desta vez, com a família completa.
 
A defensora pública e supervisora do Nadij, Noêmia Landim, explica o papel da instituição nestes processos. “Nosso compromisso é sempre assegurar o direito das crianças e dos adotantes. O pedido da guarda provisória garante a representação legal enquanto a ação de pedido de adoção definitiva segue seus desdobramentos. Com isso, os irmãos puderam começar sua vida junto à família!”.
 
O sonho passou pela espera. Mesmo com propostas para seguir por caminhos mais curtos e informais, o casal nunca teve dúvidas de que seguir o fluxo legal era o único caminho seguro. A espera, embora longa, foi também um gesto de confiança. Mesmo diante de propostas para encurtar caminhos por meios informais, o casal manteve a convicção de que seguir o processo legal era a única opção segura. O caminho do amor e do direito.
 
“A gente sempre teve esse sonho de adotar. No início pensamos que seria uma criança só, mas, no decorrer do processo, decidimos que aceitaríamos irmãos e foi aí que adotamos dois! Antes mesmo de buscarmos o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, chegou a ser oferecida a opção de fazer uma ‘adoção à brasileira’, registrando a criança como se fosse nossa biológica. Mas a gente percebeu que isso era furado e perigoso. Optamos pelos meios legais justamente para evitar conflitos familiares ou até implicações criminais, já que essa prática é ilegal. No fluxo legal, você tem a segurança de que não vai perder a guarda do seu filho. Já nos caminhos informais, tudo é instável. Tem casos de mães que se arrependem, eu mesmo conheço histórias assim, na cidade onde morava. A família vive sempre com medo, sem segurança real”, compartilhou Thiago Rodrigues.
 
A chegada ao lar deu as boas-vindas à uma nova rotina, agora, de casa cheia. Os dias foram  apresentando os desafios e as necessidades de ajustes. Desde então, já se vão oito meses de aprendizado, aproximação e descobertas. Eles contam que os filhos possuem déficits neurológicos que exigem suporte especializado. Manoel, de 6 anos, apresenta a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) que compromete o desenvolvimento e Fabrício, de 7 anos, tem o diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) que resulta em dificuldade de atenção, hiperatividade e impulsividade. Assim, a vida profissional deles também precisou de adaptação. Thiago passou a trabalhar de casa, justamente para ficar mais perto na logística do colégio, consultas e terapias.
 
“Toda semana tem terapia, mensalmente tem consultas médicas. Então a gente sempre tem que estar perto, acompanhando e tudo isso foi um pouco desafiador no começo. A mudança aconteceu na nossa divisão de tarefas e responsabilidades para conseguirmos dar conta da nova dinâmica. Decidimos que eu ficaria trabalhando em casa para poder cuidar dessa parte. No dia a dia vamos aprendendo a vencer as birras, fortalecendo um relacionamento de amor, cuidado e educação. Hoje, digamos que estamos 90% alinhados, o pouquinho que falta a gente segue empenhado em melhorar dia a dia”, explica Thiago.
 
O processo foi declinado para tramitação na vara da cidade onde moram e atualmente já se encaminha para adoção definitiva e, finalmente, a emissão das novas certidões com os nomes dos pais e com os sobrenomes deles nos nomes das crianças, o que é aguardado com muita expectativa. “Eles estão felizes e falam o tempo todo ‘agora meu nome vai ser Fabrício Rodrigues Roque de Oliveira e Manuel Rodrigues Roque de Oliveira’. Desde fevereiro estão sendo diversas descobertas com eles. Quando estávamos aí em Fortaleza esperando a guarda provisória era muita festa! Com o retorno, veio o dia a dia e fomos descobrindo o cuidar. Saber que tem duas pessoas que dependem da gente para educar, levar para a escola, saber da saúde tem sido uma experiência maravilhosa, da forma como a gente planejou como casal: ter uma família assim completa”, compartilha Cristiano.
 
Para Cristiano e Thiago, o momento agora é de celebração, transformação, adaptação, ajustes, aprendizado  e, acima de tudo, muito amor. “Parece até que estamos juntos há anos. Conhecemos nossos filhos dos pés à cabeça: sabemos quando estão tristes, quando um não está bem, quando tentam esconder algo ou acobertar o outro. Sabemos tudo porque nos dedicamos de verdade a conhecê-los. Estamos presentes no dia a dia escolar, acompanhamos tudo o que acontece. Valorizamos uma educação baseada em princípios, queremos que se tornem bons homens, honestos, que respeitem as mulheres. Eu desejo que todos os casais que têm esse sonho adotem. Que ofereçam um lar para essas crianças”, frisa.
 
O acolhimento foi imediato. “Eles nos receberam com carinho, nos abraçaram e logo nos chamaram de pais, sem qualquer constrangimento. Um amiguinho chegou a perguntar por que eles não tinham mãe, e eles responderam com naturalidade: ‘Temos dois pais, e é isso que importa”, finalizou.
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