A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ), por meio da Coordenação de Tutela Coletiva, esteve neste sábado (24) no bairro Km 32, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, para realizar atendimento emergencial a moradores atingidos por um novo episódio de alagamento na região. Pelo menos 30 casas foram afetadas.
Durante o atendimento, foram ouvidos relatos de forte abalo emocional por parte dos moradores. Entre os atendidos, estavam famílias com crianças com transtorno do espectro autista, que apresentaram crises e sinais de trauma após o alagamento.
— A recorrência desses alagamentos, especialmente em um contexto sem chuvas, levanta sérias preocupações quanto à responsabilidade das concessionárias e à integridade das estruturas de abastecimento. Nosso papel é garantir que os direitos dessas famílias sejam respeitados e que os danos, inclusive emocionais, sejam devidamente reparados — afirmou a defensora do 5° Núcleo Regional de Tutela Coletiva, Paula Benette.
O incidente aconteceu na madrugada da última quarta-feira (21), poucos momentos após a conclusão de uma manutenção preventiva da Cedae no Sistema Guandu, que deixou parte da população da Baixada sem abastecimento de água desde a madrugada do dia anterior. Moradores das ruas Mimosa, Cravinhas, Orquídeas e adjacências foram surpreendidos pela água invadindo suas casas, sem que houvesse qualquer alerta prévio ou explicação.
Essa não é a primeira vez que o bairro enfrenta episódios semelhantes. Em fevereiro deste ano, um rompimento de tampa de tubulação causou alagamento nas mesmas localidades.
Residente antigo da região, o senhor José, conhecido como Zé das Galinhas, relatou as dificuldades que eles têm enfrentado.
— É bastante importante a gente salientar que a Defensoria veio aqui, confirmou a veracidade das nossas denúncias e está nos orientando. Os moradores estão sendo prejudicados, mesmo sem chover. O valão está totalmente deteriorado, transborda todo dia e prejudica várias famílias da região — destacou seu Zé.
A DPRJ está em contato direto com associação e os moradores afetados e irá solicitar esclarecimentos aos órgãos responsáveis, além de cobrar medidas reparatórias e preventivas. A instituição também analisa a possibilidade de adoção de medidas judiciais.
