Desde o início de sua trajetória no Direito, André Beltrão sempre enxergou a advocacia pública como um caminho para transformar a realidade social e garantir direitos às populações vulneráveis. Sua jornada até a Defensoria Pública foi marcada pela dedicação aos estudos e por a busca por uma carreira alinhada à sua visão de justiça social.
“Viajei boa parte do Brasil prestando concursos para a Defensoria porque sempre enxerguei essa carreira como um instrumento de igualdade, de geração de dignidade para aqueles marginalizados pela sociedade e pelo sistema econômico”, afirma.
Atuando no interior do Amazonas, André se deparou com desafios estruturais profundos, especialmente em regiões mais isoladas, como Manicoré, na Calha do Rio Madeira, e Tabatinga, no Alto Solimões. Para ele, a Defensoria Pública tem o papel essencial de combater o abandono estatal e a desigualdade socioeconômica que afeta diretamente comunidades ribeirinhas e indígenas.
“Muitas dessas regiões sofrem com a falta de direitos sociais e infraestrutura básica. Nosso papel é reverter esse cenário, garantir voz a quem não tem e atuar como agentes de transformação para minimizar as injustiças sociais arraigadas”, pontua.
Para além da defesa de direitos individuais, André destaca a relevância da Defensoria na proteção do meio ambiente e na busca pela justiça climática. Ele ressalta a ausência de uma ação estatal efetiva diante dos impactos ambientais na Amazônia e a necessidade de uma abordagem preventiva.
“A proteção do meio ambiente é também uma questão social. As populações tradicionais são as mais afetadas pelo desenvolvimento econômico predatório. A Defensoria deve atuar no fortalecimento dessas comunidades, garantindo que tenham voz na discussão ambiental e evitando que apenas medidas reparatórias sejam tomadas quando o dano já for irreversível”, explica.
André acredita que seu papel como Defensor Público vai além do aspecto burocrático da função. Seu objetivo é ser um agente de mudança na estrutura jurídica e política do país, contribuindo para um sistema mais justo e igualitário.
“Vivemos em uma sociedade que onera os mais pobres. Meu desejo é atuar para reverter essa desigualdade, seja por meio de pequenas ações individuais ou por iniciativas coletivas mais amplas. A Defensoria Pública me permite estar nesse movimento de resistência e luta por justiça social e ambiental”, destaca.
Para os jovens que aspiram seguir a carreira de defensor público, André deixa uma mensagem de incentivo: “Se você deseja combater as desigualdades e buscar um futuro mais justo, a Defensoria Pública é o caminho certo. É a instituição que tem a força e o compromisso de atuar contra as injustiças estruturais e garantir direitos a quem mais precisa”.