A Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL), por meio do Núcleo de Proteção Coletiva, realizou, nesta quinta-feira, 30, mais uma inspeção em casas localizadas nas bordas do mapa de risco, no bairro Farol. A visita, conduzida pelo Defensor Público Ricardo Melro, deu continuidade às vistorias iniciadas na semana passada. O objetivo é avaliar in loco as condições das moradias nas áreas próximas às zonas realocadas devido ao afundamento do solo causado pela mineração da empresa Braskem.
Entre os imóveis visitados, estão áreas inicialmente classificadas como "área vermelha" e notificadas para realocação, mas que foram removidas da área de risco pela Defesa Civil, sem explicações. Nessas regiões, o defensor público encontrou diversas casas com problemas estruturais e rachaduras, que não têm recebido apoio da mineradora nem do Poder Público.
As visitas às áreas da borda começaram na semana passada, na Rua General Hermes, no bairro do Bom Parto. No local, a instituição identificou várias casas com rachaduras e problemas estruturais. Segundo relatos dos moradores, os problemas começaram em 2019 e vêm se agravando, mas a Defesa Civil sempre justificava com a mesma explicação: falha no material de construção. Após a visita, a Defensoria Pública se reuniu novamente com a Defesa Civil, que admitiu que as rachaduras são, de fato, causadas pela mineração.
A Defensoria Pública continuará visitando as áreas afetadas nos próximos dias para avaliar a extensão do problema e definir as medidas a serem tomadas. Além disso, a instituição segue recebendo a documentação dos moradores que tiveram seus imóveis desvalorizados devido à situação. Os cidadãos têm apresentado relatórios detalhados com a avaliação de seus imóveis, como estariam caso não houvesse a mineração da Braskem. Essas informações serão utilizadas em uma futura ação coletiva, visando garantir os direitos da população afetada.