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09/01/2025

CE: Psicossocial da Defensoria registra recorde de 47 mil atendimentos e acende alerta para “Janeiro Branco”

Fonte: ASCOM/DPECE
Estado: CE
Com 47.471 atendimentos, o serviço psicossocial da Defensoria Pública do Ceará (DPCE) registrou em 2024 a maior produtividade da história do setor, que funciona desde 2016 e este ano completa uma década em operação. “A psicóloga me deu todas as informações pra gente começar a resolver o nosso caso. E ainda entrou em contato depois para conversar sobre os outros procedimentos e as novas etapas do processo. Foi uma assistência excelente”, afirma Elisângela Soares, de 28 anos.
 
Indígena do povo Jenipapo-Kanindé, cujo território fica em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza, ela procurou a DPCE no intuito de nomear uma pessoa para cuidar dos interesses do avô, um senhor de quase 100 anos. Diante da incapacidade do idoso de locomover-se e da complexidade do caso, que também dependia de exames para reconhecimento de paternidade, a equipe do psicossocial entrou em campo.
 
E fez isso no sentido mais literal possível, pois foi até a Lagoa Encantada visitar o senhor Valdemar Soares. “Esse era um caso urgente, tanto pela idade quanto pela impossibilidade dele de vir até a Defensoria. Então, a gente foi lá, escutou a história, tirou todas as dúvidas e fez todos os encaminhamentos possíveis, porque o teste de DNA é sempre uma questão muito sensível e que demanda da gente um olhar específico para cada situação. A gente não pode se engessar”, detalha a supervisora do serviço, Andreya Arruda.
 
No caso de seu Valdemar, a coleta do material para o exame também foi feita em casa. Tudo de forma gratuita e após articulação do psicossocial da Defensoria junto ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). “A gente não se engessa e sabe que a escuta é muito importante. É preciso compreender o contexto de cada pessoa, considerando também que alguns demandam um pouco mais da nossa atenção, de tantos são os fatores envolvidos”, acrescenta a psicóloga.
 
Assim, os atendimentos do psicossocial cresceram 45% em 2024 em relação ao ano anterior e superaram em 28% a produtividade de 2021, quando, em plena pandemia do novo coronavírus, o setor registrou 37 mil ocorrências. Em dez anos de funcionamento, o serviço nunca teve tantos profissionais e nunca cresceu tanto.
 
Hoje, 30 psicólogos e assistentes sociais atuam em diversos núcleos e projetos com sedes em Fortaleza, Juazeiro do Norte e Crato, na Região do Cariri, Sobral, na Região Norte, e Iguatu, no Centro-Sul do Ceará. “Os defensores cada vez mais pedem a nossa presença por entenderem que somente o olhar jurídico não basta pro nosso público. Alguns atendimentos são feitos em conjunto com eles [os defensores], inclusive”, avalia a supervisora, ao alertar para o que chama de “demanda de fala”, algo que tem percebido com maior frequência depois da pandemia.
 
Ou seja: as pessoas têm apresentado mais necessidade de falar sobre o que sentem – algo que merece atenção em especial neste início de ano, quando especialistas comemoram o “Janeiro Branco”, período dedicado a uma maior conscientização sobre os cuidados que todos devemos ter com a saúde mental. Trata-se de uma campanha criada em 2014, em Minas Gerais, com o objetivo de desmistificar o assunto, ainda muito envolto em tabus.
 
Mais gente consciente da importância de cuidar de si vai implicar em mais frentes de trabalho da DPCE, que já lida com populações em diversas situações de vulnerabilidades e violações de direitos. Isso faz a supervisora Andreya Arruda projetar um ano de 2025 com ainda mais casos do que em 2024. Nesses nove anos de existência do setor (2016-2024), mais de 233 mil atendimentos foram feitos pelos profissionais.
 
Isso equivale à população de Maracanaú inteira. “O nosso público já tinha uma demanda de fala grande. Agora, as pessoas estão com mais demanda ainda. Às vezes, a mulher vem resolver um divórcio e quando começa a falar traz outras demandas que a gente tem como atuar. Aí, como são múltiplas vulnerabilidades, uma pessoa sai com três encaminhamentos. Porque nós não podemos ser mais uma instituição a dar não a essa pessoa. A gente não pode se permitir errar com ela, porque muitos já erraram. Nós temos que oferecer o melhor acolhimento possível porque a gente é um órgão de defesa da diversidade e da dignidade humana. E é isso o que o psicossocial tenta fazer e aperfeiçoar todo dia”, finaliza a psicóloga Andreya Arruda.
 
SERVIÇO
PSICOSSOCIAL DA DEFENSORIA
Atendimento inicial (família e cível): (85) 3194-5025 (8h às 12h – 13h às 17h)
E-mail: psicossocial@defensoria.ce.def.br
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