“Este encontro é muito relevante para aproximar a base do topo”, declarou o coordenador do Movimento Nacional de População de Rua de Goiás (MNPR-GO), Eduardo de Matos, durante o início do curso de capacitação A Rua Vai Falar, realizado na manhã desta segunda-feira (19/08), na sede da Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), no Setor Marista, em Goiânia.
Ainda em seu discurso, Eduardo reforçou a importância da atuação da Instituição. “A população em situação de rua sofre violações de direitos desde o artigo 5º da Constituição Federal, até a falta de acesso dos serviços públicos mais básicos. A DPE-GO tem uma importância enorme para nós”, defendeu o ativista social.
O projeto, realizado no âmbito da campanha nacional da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep) e idealizado pela Associação Goiana das Defensoras e dos Defensores Públicos (AGDP), teve início nesta data simbólica do dia 19 de agosto, Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua. Além disso, levará rodas de conversas para capacitação de integrantes da DPE-GO. O objetivo da ação é aprimorar o contato entre a Defensoria Pública e essa população.
“É um prazer receber o MNPR-GO, em um momento institucional em que as Defensorias Públicas brasileiras, por meio da Anadep, da AGDP, da Escola Superior (ESDP), priorizam sua atuação, diálogo, capacitação e estratégias para a questão da população em situação de rua”, disse o defensor público-geral do Estado de Goiás, Tiago Gregório Fernandes.
Em seu momento de fala, Denizar de Oliveira, membro do MNPR-GO, realizou uma intervenção cultural, com uma apresentação em que ilustrou as dificuldades que a população em situação de rua passa em Goiânia. Ele ressaltou a necessidade dos profissionais estarem capacitados para conversar e atuar com essa população.
“É muito importante a Defensoria Pública estar lado a lado com a população em situação de rua e, para que isto ocorra, é preciso ter uma capacitação para lidar com essas pessoas no dia a dia”, informou Denizar.
Aproximação
Na ocasião, o defensor público-geral Tiago Gregório lembrou que o corregedor-geral da DPE-GO, defensor público Lúcio Flávio de Souza, trouxe a questão da dificuldade da população em situação de rua em acessar o plantão defensorial. Destacou que a Defensoria Pública debate formas de priorizar o atendimento do plantão às pessoas que se encontram em uma situação de vulnerabilidade mais extrema. “Para isso, é fundamental ouvi-los. Ser defensor público requer estar próximo da população a quem atendem”, afirmou.
“Desde o ano passado, a DPE-GO, por meio do Núcleo Especializado de Direitos Humanos (NUDH), tem promovido o projeto Defensoria na Rua”, contou Tiago Gregório. “Para além dos atendimentos nos gabinetes, a Instituição tem ido à rua, criando vínculos para o direcionamento das demandas de natureza individual e coletiva dessas pessoas”.
Fernanda da Silva Rodrigues Fernandes, presidente da AGDP, reforçou a necessidade da Instituição em conhecer a realidade das pessoas em situação de rua. “Penso que nós, enquanto pessoas que trabalham para promover os direitos humanos às pessoas em situação de vulnerabilidade, não temos como promover nossos serviços sem conhecer o olhar deles”, disse Fernanda. “Precisamos saber o que é mais importante, quais direitos são mais necessários para, assim, podermos alcançar a nossa finalidade, a nossa missão constitucional, que é ser um instrumento da democracia”.
Em Goiânia, cerca de 30 membras, membros, servidoras, servidores, estagiárias e estagiários participaram da capacitação. O próximo encontro está marcado para quarta-feira (21/08), às 16 horas, na Unidade Aparecida de Goiânia.
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