Nesta quinta-feira, 25 de julho, é celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. A data levanta questionamentos referentes às opressões causadas pela intersecção gênero, raça e classe e busca traçar estratégias para o enfrentamento do racismo e também instiga à reflexão sobre o feminismo negro.
Pensando nisso, os Núcleos Especializados de Questões Étnicas e Combate ao Racismo (Nucora) e de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (Nudem) trouxeram uma lista com algumas dicas literárias, musicais e de audiovisual que instiga o debate e conscientização sobre esse assunto, confira:
Livros
>> Quarto do Despejo: o livro reproduz o diário da autora Carolina Maria de Jesus, em que ela narra o seu dia a dia como catadora nas comunidades pobres da cidade de São Paulo. Carolina escrevia sobre seu cotidiano e suas reflexões nas folhas de papel que encontrava no lixo. O livro é um sucesso no Brasil.
>> Um defeito de cor: é um romance histórico escrito por Ana Maria Gonçalves, publicado em 2006. A obra é ambientada no Brasil do século XIX e narra a vida de Kehinde, uma mulher africana trazida ao Brasil como escravizada. A história abrange desde sua infância na África, passando por sua captura e viagem forçada ao Brasil, até sua vida como escravizada e sua luta pela liberdade.
>> Arruda e Guiné: Os textos de Bianca Santana nesta coletânea, escritos entre 2017 e 2022, abordam temas urgentes que marcaram os noticiários brasileiros como: A crise sanitária e a gestão da pandemia de covid-19; os enfrentamentos de povos tradicionais às ameaças às suas terras que retomam os conflitos agrários e raciais no Brasil; a disputa em torno da PEC das Domésticas entre outros. Em conjunto, os textos transcendem o registro dos acontecimentos, desempenhando um papel formativo ao conectar notícias com processos históricos, sociais e políticos.
>> Quando me descobri negra: O livro de Bianca Santana narra a trajetória da autora dentro de um país miscigenado que, ao mesmo tempo em que pune pessoas negras, nega a elas o direito ao auto-reconhecimento de suas negritudes. Como a própria autora diz, ela se descobriu negra na vida adulta, antes era “morena”, era “bronzeada”.
Filmes
>> Estrelas além do tempo: o filme é baseado no livro homônimo de Margot Lee Shetterly e conta a história real de três mulheres afro-americanas que trabalharam na Nasa durante a corrida espacial nos anos 1960. O filme destaca os desafios pessoais e profissionais de três mulheres, incluindo a segregação racial e a discriminação de gênero, e como, através de seu talento e determinação, elas contribuíram significativamente para os avanços científicos e tecnológicos dos Estados Unidos.
>> Medida Provisória: O filme de drama e ficção científica brasileiro dirigido por Lázaro Ramos, lançado em 2022. O filme é ambientado em um futuro distópico no Brasil, onde o governo decreta uma medida provisória ordenando que todos os cidadãos negros sejam "repatriados" para a África como uma forma de reparação histórica pelos séculos de escravidão.
>> A Mulher Rei: Estrelado por Viola Davis, o longa retrata o exército de mulheres que defendeu o reino da África Ocidental, localizado no atual Benin, contra a conquista colonial francesa, nos séculos 18 e 19.
Série
>> Dear White People (2017): a série se passa na fictícia Universidade de Winchester, uma prestigiada instituição predominantemente branca. Ela aborda questões de raça, identidade e injustiça social, principalmente através da perspectiva dos estudantes negros.
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