Por meio das mãos de pessoas idosas, com deficiência, em situação de rua e estagiários(as) da Defensoria Pública, 15 novos(as) defensores(as) públicos(as) da Bahia receberam o certificado de conclusão do XXX Curso de Formação da carreira. A cerimônia foi realizada pela Defensoria Pública da Bahia (DPE-BA), na terça-feira (14), na Estação da Lapa – local por onde circulam diariamente 500 mil pessoas. O vice-presidente jurídico-legislativo da ANADEP, Igor Santos, e a presidenta da ADEP-BA, Tereza Cristina Almeida Ferreira, acompanharam a cerimônia que marca mais um passo de fortalecimento da carreira.
Entre as empossadas esteve Emilly Duarte, 27 anos, que saiu do Rio Grande do Norte para ser defensora pública na capital baiana. “Sempre digo que não fui eu que escolhi a Bahia, foi ela que me escolheu. Eu sou muito apaixonada pelo estado; eu me identifico muito com a história do povo baiano. Prestei concurso em outros estados, mas o axé me trouxe até aqui e estou muito feliz”, disse na ocasião. Emilly explicou que o desejo de integrar a carreira começou ainda na graduação, durante o estágio nas Defensorias da União e do Rio Grande do Norte, o que a fez se apaixonar pela possibilidade de transformar a vida das pessoas e das comarcas de atuação.
“A sensação que tenho é que aqui a gente se torna realmente defensor(a) público(a). Saímos da formalidade, em um local cheio de gente, para nos juntarmos às pessoas que nós iremos servir em nossa profissão. Por isso, é muito simbólico estar aqui hoje”, avaliou. Esta foi a 6ª posse popular realizada na Estação da Lapa. O momento marcou o encerramento de aproximadamente três meses de formação para a carreira organizado pela Escola Superior (Esdep), dirigida por Diana Furtado.
Para a defensora pública geral da Bahia, Firmiane Venâncio, a presença dos(as) novos(as) defensores(as) na Instituição traz mais fôlego para a Defensoria e renovação com membros de fato vocacionados para a carreira. “Um curso que finda com esse sentimento de conexão e reconexão com a nossa missão institucional. Receber da sociedade civil o certificado de conclusão do curso, de que estão a serviço do povo, é o ápice desse rito de passagem que vocês estão vivenciando nesse momento”, refletiu.
Em seu discurso, a defensora Carolina Cozatti Prato firmou um compromisso com o público presente: “prometemos a cada um de vocês que levaremos conosco não apenas a frieza das leis, mas o calor humano, a compaixão e a determinação de fazer a diferença. Cada comunidade que receber nossa instituição e acolher nossos passos, sentirá que justiça não é uma palavra distante, mas uma realidade possível”
A presidenta da Associação das Defensoras e Defensores Públicos da Bahia, Tereza Cristina, relembrou que a cidadania está além da possibilidade de votar e ser votado: tem a ver com a efetividade de direitos que transcendem as leis e alcançam a realidade, o cotidiano e a vida das pessoas. A defensora pública afirmou que é necessário ter coração verde para compreender questões sensíveis para a defesa do seu direito. “A presença de vocês fará a diferença na vida de milhares de pessoas e isso dignifica significativamente a escolha que vocês fizeram. A partir desse momento, suas vidas não são apenas de vocês, pois nós emprestamos um pouco do que somos e sentimos a cada um que representamos para que a justiça seja feita”, disse na ocasião.
Ouvidora-adjunta, Rutian Pataxó afirmou que “em um estado tão marcante, com muita diversidade e riqueza cultural, a Defensoria Pública desempenha um papel vital na busca por justiça social”.
A mesa de honra foi composta ainda pela(o) diretora da Esdep, Diana Furtado; corregedora-geral, Janaína Canário; diretor da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep), Igor Raphael Santos; e o presidente da Estação Nova Lapa, Zilnei Campelo. Findada a posse popular, os(as) defensores(as) públicos(as) realizaram 48 atendimentos ao público presente nas áreas de Família, Penal, Cível, além de orientações jurídicas e consultas processuais.