A presidenta da ANADEP, Rivana Ricarte, participou, nesta terça-feira (6), da mesa de abertura do lançamento do livro "Reescrevendo decisões judiciais em perspectivas feministas: a experiência brasileira". O evento aconteceu no Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA), em São Paulo, e contou com uma roda de conversa com as autoras (presencial e on-line).
O livro é resultado do projeto “Reescrita de Decisões Judiciais em Perspectivas Feministas no Brasil”, em desenvolvimento desde agosto de 2021, que reúne esforços colaborativos de professoras, pesquisadoras e estudantes do direito pertencentes a várias instituições de ensino superior das cinco regiões brasileiras, públicas e privadas.
Rivana Ricarte parabenizou todas mulheres envolvidas no projeto e falou da importância deste trabalho. "A necessidade de modificar o papel das mulheres na sociedade passa por refletir academicamente neste papel. Que as escritas deste livro sejam introjetadas nos ambientes jurídicos e acadêmicos. Que este trabalho impulsione mais mulheres a produzir mudanças e discussões sobre a questão de gênero".
A presidenta da ANADEP também destacou que a Defensoria Pública Estadual brasileira é composta por 52% de mulheres e que nas presidências das Associações estaduais também são maioria. "Precisamos ampliar a posição das mulheres nos espaços de decisão e impor estas perspectivas de gênero", disse Rivana Ricarte ao agradecer pelo convite à ANADEP enquanto apoiadora do projeto.
A obra contempla cinco capítulos que oferecem conceitos, análises e reflexões de contexto para o projeto e outros 22 textos com as decisões reescritas e que estão sendo apresentadas semanalmente no Programa Mulheres e Justiça, da Rádio USP-Ribeirão Preto. Em cada episódio são discutidos os motivos que levaram as autoras a escolherem as decisões, quais os principais efeitos do trabalho e quais o métodos feministas utilizados na produção da reescrita.
A expectativa é que a obra conduza estudantes e outras pessoas que atuam nas diversas profissões jurídicas a reconhecer a riqueza e a complexidade das abordagens aqui propostas e perceber a importância de seu uso nos mais diversos casos que chegam à justiça todos os dias.