Terminou nesta sexta-feira (03/03) o Curso de Formação das(os) 40 novas(os) defensoras(es) do estado do Paraná. No último mês, elas(es) foram apresentadas(os) aos diversos setores, projetos, núcleos especializados e sistemas operacionais da instituição, e colocaram em prática o aprendizado participando de mutirões de atendimento, inspeções em unidades prisionais e atuando na defesa de usuários(as) da DPE-PR em júris realizados na capital. Nas próximas semanas, a Defensoria deve divulgar mais detalhes de quais cidades e em quais áreas as(os) novas(os) defensoras(es) vão atuar.
Para o defensor público diretor da Escola da Defensoria Pública do Estado do Paraná (EDEPAR), Leônio Araújo dos Santos Junior, responsável pela estruturação e realização do curso, as(os) novas(os) defensoras(es) saem desta formação muito mais preparados para as comarcas onde vão atuar. “Eles tiveram várias experiências de campo mesmo; de como a Defensoria funciona, de como se atende o usuário ou usuária nas mais diversas áreas. E agora todos e todas estão preparadas, felizes também de estarem aqui no Paraná, e eu espero que esse seja o início de um marco na história da Defensoria Pública do Paraná, principalmente para a população paranaense, porque eles estão preparados para atender qualquer pessoa que procurar a Defensoria”.
A nova defensora pública Helena Leonardi de Franceschi, que irá atuar nas áreas Cível e da Infância e Juventude na sede de Pato Branco, sai confiante do Curso de Formação. Ela afirma que gostou de todo o curso, elogiou a parte mais “técnica”, sobre o funcionamento administrativo da instituição, mas afirma que a parte prática foi ainda melhor.
“Foi excelente! Nós fizemos várias conciliações [nos mutirões Concilia Paraná] e é muito bom ouvir as pessoas. As inspeções nos presídios também foram muito interessantes, porque a gente viu a dura realidade que as pessoas que estão em situação de encarceramento vivem. Também houve a experiência no Tribunal do Júri, que foi muito engrandecedora; a gente viu a dificuldade para conseguir realizar a melhor defesa possível e, ao final, prestar um acolhimento para família da pessoa que estava sendo julgada. A gente conseguiu ter contato com a população, atender, mesmo, e entender quais são as demandas. Essa parte prática foi do que eu mais gostei, e acho que engrandeceu muito a nossa formação. Com certeza, a gente está preparada para ir para as comarcas e começar a nossa atuação”.
"O curso tem um papel importantíssimo de garantir um período de aprendizado, de reflexão, de contato entre os novos e novas colegas, em que eles e elas também conhecem os setores e as pessoas que já integram a Defensoria. Com isso, partem mais seguros(as) para as comarcas, e já sentem a adrelina, a responsabilidade e o privilégio que é atender à população, tirar suas dúvidas, fazer esse acolhimento. Parabenizamos os novos defensores e defensoras pela conclusão do curso, e desejamos um bom trabalho a todos e todas que agora partem para seus postos de trabalho com o objetivo de levar mais acesso à justiça não só a Curitiba, mas também ao interior do estado, ao litoral e à região metropolitana", disse o Defensor Público-Geral, André Ribeiro Giamberardino.
Palestra “Criminologia, Ética e Erro Judiciário” encerrou o Curso de Formação
Na manhã do último dia de curso, as(os) novas(os) defensoras(es) públicas(os) participaram da palestra “Criminologia, Ética e erro judiciário”, conduzida pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Rogério Schietti Cruz, e pelo professor do Departamento de Direito Penal, Medicina Forense e Criminologia da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) Maurício Stegemann Dieter.
“A oportunidade de assistir à palestra com o ministro Rogério Schietti e com o doutor Maurício Dieter foi sensacional. Eles trouxeram posicionamentos importantes e atuais do STJ, especialmente para os usuários e usuárias da Defensoria, assim como abordaram uma visão crítica da Criminologia, essencial na formação dos defensores e defensoras”, avaliou a defensora pública Helena de Franceschi.
Em entrevista à Assessoria de Comunicação (ASCOM) da DPE-PR, o ministro do STJ falou um pouco sobre a importância da Defensoria Pública para o sistema de Justiça e sua experiência como ministro do STJ. A entrevista na íntegra você confere aqui.
“Eu acho muito importante que a Defensoria cresça institucionalmente, que o número de defensores e defensoras seja cada vez maior, que a Defensoria ocupe os espaços de poder e que vocalize realmente não apenas os direitos subjetivos daqueles que são assistidos por ela, mas também questões maiores, questões que envolvem a população inteira”, declarou o ministro.