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19/10/2020

ADPEP: Zélia Amador e Darlah Farias ensinam que não basta não ser racista, é preciso ter práticas antirracistas

Fonte: Ascom/ADPEP-PA
Estado: PA
 
No dia 15 de outubro, foi promovida a roda de conversa ‘Você Sabe o que é Racismo Estrutural?’, promovida pela Defensoria Pública do Pará e a Escola Superior da Defensoria Pública do PA, com o apoio da ADPEP. O evento foi transmitido pelo Youtube e teve a participação da professora Dra emérita da UFPA, Zélia Amador de Deus; da advogada e influencer Darlah Farias; e, como mediadora, da Defensora Pública Rosemary Reis, associada da ADPEP que integra a Comissão da Igualdade Étnico-Racial da ANADEP e o Grupo de Trabalho Interinstitucional de Defesa das Garantias dos Povos Quilombolas e Combate do Racismo no Estado do Pará.
 
Segundo Darlah, não aceitar as políticas de inclusão hoje em dia é “um desvio de caráter”. “Inconscientemente muitas pessoas ficam com raiva das políticas afirmativas porque representam uma ameaça, uma perda de privilégios para elas. “Muita gente diz: ‘não posso perder meu lugar pra essas pessoas que têm direito a cota'”, explicou a advogada Darlah.
 
Ainda segundo ela, as marcas do racismo ainda são muito fortes na sociedade. “Para você ser chamada para sentar em uma mesa, você precisa ocupar uma posição de destaque, precisa ultrapassar a visão racial que as pessoas têm. E a primeira visão que elas têm é que é uma mulher preta, e não uma advogada, uma médica. Assim, para ser aceita, eu tenho sempre que me tornar a melhor advogada, a melhor médica, a melhor técnica”, diz Darlah.
 
De acordo com a professora Zélia Amador, a sociedade brasileira autoriza que negros sejam mortos. “Se são mortos pela polícia ou por balas perdidas a sociedade já naturaliza isso. Apenas pessoas negras e do movimento se importam”, avalia. Segundo ela, para muita gente a morte de negros é uma sensação de alívio, pois o racismo é senso comum no Brasil. “Por isso é importante estarmos hoje aqui discutindo, para pensarmos nas nossas ações antirracistas. Até porque todo racista tem um amigo negro para se defender e negar sua natureza racista. E ser antirracista não é ter um amigo negro. É agir contra o racismo, é ter empatia com as vidas negras”, destaca.
 
Ainda segundo a professora, os negros precisam conquistar espaços, porque a sociedade é racista estruturalmente e não entende as importância das políticas afirmativas, como a realizada recentemente pela diretora do Magazine Luiza, de um processo seletivo exclusivo para negros, com o objetivo de corrigir a desigualdade racial no mercado de trabalho.
 
Por fim, Zélia voltou a enfatizar a morte de negros pela polícia. Segundo ela, a polícia não se afastou da sua origem, cuja lógica é “defender os brancos da turma negra”. “As pessoas negras, diante das abordagens policiais, são humilhadas, não são humanizadas. A polícia já parte do princípio de que aquela pessoa é culpada. O sistema penal age assim!”, destacou.
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