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10/09/2020

ANADEP participa de Seminário sobre o Direito à Cidade a partir de Política Antirracista

Fonte: ASCOM/DPE-BA
Estado: BA
Começou nessa quarta-feira (9), o seminário virtual “Direito à Cidade a partir de uma política antirracista” promovido pela Ouvidoria Cidadã da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA) em conjunto com diversos movimentos e organizações sociais. O presidente da ANADEP, Pedro Coelho, participou da abertura do evento.
 
Ao longo do dia, mesas-redondas sobre cidade, racismo, regularização fundiária, habitação, infraestrutura urbana, mobilidade, acessibilidade e violência foram abordados. No início, a ouvidora-geral Sirlene Assis explicou que o seminário tem o objetivo de formular políticas públicas para serem apresentadas à cidade de Salvador a partir de um debate antirracista.
 
“Quem é o público-alvo que não tem casa e moradia digna neste país? É a população negra. Salvador é chamada de Roma Negra, mas seu povo vive marginalizado, excluído e pauperizado e essa cidade é tão dividida entre quem tem recurso, dinheiro e capital e a classe trabalhadora, que é a grande massa e que muitos dos nossos irmãos e irmãs não têm teto. Não dá para discutir o direito à cidade sem compreender o racismo estrutural. Vamos, neste seminário, sob a perspectiva do acesso à moradia, fazer uma construção coletiva com pesquisadores, arquitetos e movimentos sociais. A Ouvidoria da Defensoria segue em frente para fortalecer estas vozes que ecoam todo dia em nossa Bahia”, destacou a ouvidora-geral.
 
Já a diretora pelo Direito à Cidade da Federação das Associações de Bairros de Salvador (FABS), Ivonete Bispo lembrou que a luta pela moradia digna está longe de ter fim e destacou que Salvador é uma cidade desigual. “Precisamos de uma moradia digna principalmente para as mulheres negras, que assumem o papel de mãe e pai das famílias, que não têm recursos e moram em locais precários e sem acesso a nada. Nossa luta continua também por uma cidade mais igual”, enfatizou a diretora da FABS, acrescentando questões como a falta de creches, postos de saúde e mobilidade nos condomínios de casas populares, como o Minha Casa, Minha Vida.
 
O presidente da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP), o defensor público Pedro Paulo Coelho, reconheceu a atuação da Defensoria da Bahia na luta antirracista e, mesmo de longe, confirmou o que todo país sabe. “Sabemos que Salvador é a capital mais negra do Brasil, mas, infelizmente, o acesso à política pública desta população negra é muito marginalizado e excluído, então é muito importante esta pauta do Direito à Cidade a partir de uma política antirracista, pois precisamos quebrar este status quo tão forte em nossa sociedade”.  Segundo o defensor, a primeira cota estabelecida no país foi a favor da população branca. “Foi, na verdade, a Lei de Terras, que gerou toda essa discriminação e a inexistência total de acesso às terras para a população negra e indígena”, explicou.
 
Em sua fala, a presidente do Colégio Nacional dos Defensores Públicos Gerais (Condege) e defensora-geral do Distrito Federal, Maria José de Nápolis, lembrou o quanto é propício e importante debater um tema como este no momento atual, reconhecer e desconstruir o racismo estrutural e institucional presentes na sociedade. "Assim como não podemos negar que há diferenças de oportunidades entre negros e brancos no nosso país, também não podemos negar que há espaços nas nossas cidades em que as pessoas negras têm pouco acesso. Para combater este muro invisível da exclusão pela cor, inclusive no campo da moradia, precisamos de pessoas negras e brancas comprometidas com medidas antirracistas. A Defensoria da Bahia, ao realizar este evento, abre portas para discutir soluções”, reconheceu a presidente do Condege.
 
Tema oportuno
 
Para encerrar este primeiro momento do seminário, o defensor público geral da Bahia, Rafson Saraiva Ximenes, concordou que foi oportuno trazer este tema para o debate, principalmente neste período de pandemia causada pelo novo coronavírus. “É um fato muito claro, para quem enxerga a realidade, que o racismo molda todos os comportamentos da sociedade. Os abusos que são cometidos dificilmente seriam aceitos e naturalizados se não existisse o racismo. A existência de uma grande quantidade de população em situação de rua, sem moradia, sem direito ao lazer na cidade e exercer sua cultura dificilmente seria aceita se a maior parte desta população não fosse constituída de um grupo racialmente discriminado”, comparou.
 
 
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