Neste 2º semestre, a Comissão dos Direitos da Mulher da ANADEP promoveu atividade interna para discutir obras de autoras feministas, com foco em gênero e raça. Ao todo foram quatro encontros que ocorreram no aplicativo zoom.
A partir do mote "Feminismo Negro: reflexões antirracistas e práticas deocoloniais", o grupo analisou as seguintes obras: Lugar de Fala (Djamila Ribeiro); Quarto de Despejo (Maria Carolina de Jesus); Estariam as Prisões Obsoletas? (Angela Davis); e Eu Sou Atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento (Alex Ratts).
A defensora pública de Sergipe Carla Caroline Silva foi a mediadora dos debates. Segundo ela, o objetivo desta iniciativa é expandir o repertório de referencial teórico acerca das questões que circunscrevem o racismo e o machismo estrutural com o filtro de fornecer ferramentas conceituais para promover o debate na sociedade e nas atividades da Comissão. “A partir do referencial teórico proposto, será possível a abordagem de questões como lugar de fala, invisibilidade da mulher negra periférica, necessidade de reflexões críticas em relação ao modelo punitivista do sistema penal contemporâneo e a busca por práticas decoloniais visando a construção de soluções criativas para as questões sociais afetas aos direitos das mulheres negras e indígenas”, afirma.
A coordenadora da comissão dos direitos da mulher, Jeane Xaud, enfatizou que "os debates a partir dos textos trazidos por Carla Silva serviram de incentivo ao aprofundamento do tema das interseccionalidades, especialmente em gênero e raça, a partir da leitura e da fala de autoras, intelectuais e militantes negras, que tocaram em diferentes temas afetos ao defensoriar de cada uma das participantes, levando a refletir sobre o machismo e racismo estrutural que permeiam as relações sociais, públicas e privadas, impactando também sobre o munus constitucional de defesa dos vulnerabilizados".
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