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29/05/2017

CE: Dezessete famílias recebem guarda definitiva das crianças durante a Semana Nacional da Adoção

Fonte: ASCOM/DPE-CE
Estado: CE
Emoção e muitos sorrisos marcaram a manhã desta quinta-feira (25), no Fórum Clóvis Beviláqua, com a solenidade de abertura do II Seminário da Infância e da Juventude com a entrega do termo de guarda definitiva a novas 17 famílias que tiveram suas vidas transformadas pelo ato de adotar.
 
Famílias como a de Jucilene Silva Carvalho e Raul Gomes da Silva que adotaram irmãos gêmeos e puderam realizar o sonho de uma família numerosa. O casal tem uma filha adolescente que sempre quis irmãos e, diante da dificuldade causada pela infertilidade, os pais que sempre desejaram adotar finalmente buscaram o Cadastro Nacional de Adoção e deram início ao processo que durou ao todo dez meses. “Sempre quisemos adotar, mas o desconhecimento sobre o processo atrasou nossa decisão. Geralmente, os adotantes buscam como perfil crianças muito pequenas ou recém nascidas, mas esquecem que a vida dentro dos abrigos é muito limitada. Os meninos têm 6 anos, mas notamos que tudo ao redor é novidade. Somos nós que estamos ensinando tudo sobre a vida à eles”, enfatiza Raul Gomes.
 
A realidade descrita por Raul é confirmada pelas estatísticas. Segundo o analista judiciário, chefe da Seção de Cadastro de Adoção do Fórum Clóvis Beviláqua, Deusimar Rodrigues de Alencar, no Ceará, há 300 famílias inscritas no cadastro de adoção. Desse total, 206 famílias já estão prontas para adoção, 80 famílias estão com o processo em curso e as demais famílias se preparam para as etapas que conta com entrevista e um curso preparatório. Nos abrigos temos 86 crianças à espera de um lar, a maioria delas maior de 10 anos de idade e muitas portadoras de deficiência.
 
“A Defensoria Pública, através do Núcleo de Defesa dos Direitos da Infância e da Juventude, tem como função acompanhar todo o processo de adoção, desde o início, acompanhar as crianças nos abrigos, propor a destituição do poder familiar e a ação de adoção, além de exercer o papel fundamental de prestar educação jurídica à população. Eu espero que cada um de vocês possa compartilhar essa experiência com a comunidade, principalmente, com aqueles que querem adotar, mas tem receio do processo”, informou a defensora pública do Núcleo da Infância e Juventude da Defensoria Pública, Ana Cristina Barreto.
 
Na ocasião, a defensora pública compartilhou um cordel escrito por ela sobre a adoção e emocionou o público. A cerimônia contou com a presença do juiz de direito e coordenador das varas da infância e juventude da capital, Manuel Clístenes de Façanha E Gonçalves; promotor de justiça titular do cadastro nacional de adoção e do programa de apadrinhamento da capital, Dairton Costa de Oliveira e da juíza de direito titular da 3ª Vara de Infância e Juventude, Alda Maria Holanda Leite. Durante o turno da tarde, os defensores do Nadij participaram de atividades ainda referentes ao Dia da Adoção como audiência pública na Assembleia Legislativa e entrevistas.
 
Confira o cordel na íntegra:
 
ADOÇÃO: FILHOS DO CORAÇÃO
 
                                                                                  Ana Cristina Teixeira Barreto
 
Toda criança tem direito de em uma família viver,
 
seja feita por laço de sangue ou de afeição
 
por meio da adoção.
 
Por isso vou falar de um assunto sério
 
preste agora atenção
 
vou falar da adoção e dos filhos do coração
 
Para adotar é preciso querer ser pai e mãe
 
e amar a criança ou o adolescente de todo coração
 
sem impor restrição
 
Mas, é preciso no cadastro nacional se inscrever
 
para seu filho poder nascer
 
bem ali no lado esquerdo do peito
 
onde fica o coração
 
Para não muito esperar esteja aberto
 
a receber o filho que o amor lhe enviar
 
e que seja bem recebido o menino ou menina
 
independente da melanina
 
Para se habilitar leve toda documentação
 
será preciso também um curso e uma entrevista fazer
 
para um bom pai e uma boa mãe poder ser
 
Depois disso, é só esperar que sua vez logo chegará
 
e com a criança ou adolescente você terá um periodo de adaptação
 
Pronto. Finalmente nasceu o filho do coração
 
que logo herdará seu sobrenome na certidão.
 
E você que é parente de uma criança ou adolescente
 
não sendo avó, avô ou irmão também poderá adotar
 
e não é preciso, nesse caso, nem se cadastrar
 
Basta provar o afeto que nutre
 
pelo neto, sobrinho ou irmão
 
para requerer a tutela, a guarda ou a adoção
 
O padrasto ou madrasta também pode adotar
 
o filho do cônjuge ou do companheiro
 
cuja convivência fez nascer o vinculo
 
da afeição
 
Quem detêm a guarda ou tutela de criança
 
maior de três anos também pode pedir a adoção
 
para regularizar a situação
 
Como se vê não é tão difícil como parece
 
o processo de adoção
 
 
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