‘Constelações Familiares e um olhar sistêmico sobre o direito’ são abordados durante ciclo de palestra

O psicólogo Paulo Pimont e a Advogada Alice Satin Caraleso ministraram nesta sexta-feira (19), no Ciclo de Palestras 'Um novo olhar sobre a Defensoria Pública', que ocorre em João Pessoa (PB). O evento tem por objetivo promover o debate em torno da capacitação e do aprimoramento dos defensores públicos. O tema apresentado pelos especialistas foi ‘Constelações Familiares e um olhar sistêmico sobre o direito’. A ideia era debater a resolução extrajudicial de conflitos e os resultados positivos da prática na atuação permanente da Defensoria Pública. A palestra foi ponto alto do evento e incluiu dinâmica entre os participantes.

 

Só em 2015, a Defensoria Pública realizou mais de 10 milhões de atendimentos em todo o país. A área da família foi uma das mais demandadas. Nesse contexto, os palestrantes apontaram as constelações familiares como uma alternativa. 

 

A constelação familiar é um método psicoterapêutico recente, com abordagem sistêmica, com indivíduos ou um grupo que se une para formar um inconsciente coletivo e solucionar emaranhados de relacionamentos, que às vezes, estão vinculados ao passado daquele paciente. O método abrange quatro áreas: familiar, empresarial, escolar e, agora, o jurídico. Durante o processo de constelação o mediador, chamado de “constelador”, faz observações empíricas, fundamentadas em diversas formas de psicoterapia familiar, dos padrões de comportamento que se repetem nas famílias e grupos familiares ao longo de gerações.

 

Pimont ainda explica que a técnica é extremamente eficaz na solução de conflitos. "O Direito Sistêmico tem uma visão pela qual só há direito quando a solução traz paz e equilíbrio para todo o sistema, ou seja, todos os envolvidos. Sempre que há uma exclusão coloca-se em risco todos os membros. A judicialização separa as vítimas. Ela separa as partes. Mas, na solução extrajudical de conflitos o panorama muda”, explica.

 

Direito Sistêmico

 

Com exemplos do cotidiano, a advogada Alice Satin trouxe várias reflexões sobre a relação do direito sistêmico e a forma de resolver conflitos no sistema de Justiça. "Trazer o equilíbrio do sistema. Isso é inovador. A postura do direito sistêmico é a postura do não-julgamento.", disse.

 

Além disso, a advogada afirma que é fundamental empoderar as partes envolvidas no conflito. "Não podemos tirar o protagonismo dele do caso. Ele é a parte envolvida e melhor do que ninguém para resolver o conflito já que é uma história dela e não minha".