A edição do Projeto “Sala de Espera – Oficinas de Cidadania” desta terça-feira (07/06) apresentou a palestra “A violência adoece o corpo e a mente” proferida pela enfermeira pós-graduada em gestão de pessoas e coordenadora do Programa de Saúde do Núcleo Assistencial Veleiro da Esperança (Nave), Luana Malaguth Colares da Silva. O Nave é uma ONG que realiza trabalho social voltado, principalmente, para mulheres e crianças vitimizadas.
Em linguagem simples e utilizando exemplos práticos, a enfermeira conversou com os assistidos que aguardavam atendimento sobre como emoções negativas alimentadas por muito tempo podem afetar a vida das pessoas, levando-as ao adoecimento.
Ao explicar que a ONG utiliza técnicas da medicina chinesa, que considera o indivíduo como um todo e privilegia a prevenção, Luana Malaguth convidou as pessoas a refletirem, por meio da observação do próprio corpo, sobre quais emoções elas têm alimentado. A enfermeira mostrou como cada um dos órgãos se apresenta na leitura corporal baseada na medicina chinesa.
Segundo a enfermeira, o fígado é órgão relacionado à raiva e, muitas vezes, “a pessoa que tem como característica o fígado caminha com o pé reto, pisando forte com os calcanhares”. Trabalhar a bondade é uma das formas de minimizar ou anular os efeitos da raiva. O coração está ligado à alegria intensa e tem o caminhar de peito aberto como característica. O outro aspecto deste sentimento está relacionado à histeria. “Pessoas que são estômago têm intensa criatividade e andam com os pés abertos, tocando o chão por inteiro, tendo a loucura como o sentimento oposto relacionado”. O pulmão está ligado à justiça, à capacidade de observação, e tem como característica o andar encurvado. E, o rim, que está relacionado ao medo e tem como sentimento oposto a extrema coragem, apresenta um caminhar com o pé voltado para dentro.
A enfermeira Luana Malaguth ressaltou que não se deve generalizar, pois, “existem fatores externos que também alteram o nosso corpo”. Luana salientou que a leitura corporal deverá servir ao processo de autoconhecimento de cada um, e, não para fazer análises relacionadas a outras pessoas. “Devemos prestar atenção em nós, sem julgamento para os outros. A ideia é que cada um busque trabalhar as próprias emoções, sem culpar terceiros”, explicou, fazendo uma comparação entre a culpa, que está ligada ao autoflagelo, e a responsabilidade, ligada à reflexão e à mudança. “O outro, aquela pessoa que a fez sofrer, tem responsabilidade sim, mas, a partir do momento que o sofrimento chegou até você, a responsabilidade de como lidar com ele, é sua”.
Luana Malaguth convidou os assistidos a darem o primeiro passo no processo de autoconhecimento. “Não é difícil, basta começar”.
Como é feito ao final de cada palestra, a defensora pública, Eliane Medeiros, perguntou ao público se a iniciativa é válida, ao que a resposta foi positiva.
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