Falar sobre machismo estrutural é lembrar que a base da nossa sociedade é construída sob condutas patriarcais enraizadas e, na prática, isto se reflete em comportamentos violentos para crianças, meninos, meninas, mulheres, idosos e também homens – opressores e oprimidos nesta estrutura. “A masculinidade tóxica é aquela que não permite que o homem chore, que o homem leia poesia, não permite que o homem goste de flores, basicamente, nega tudo o que seria sensível e tudo o que, supostamente, seria feminino.”, comenta Pedro Coelho, defensor público do Espírito Santo e presidente da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep).
O presidente da ANADEP participou da live #NaPausa, que ocorreu na segunda-feira, 26 de outubro, no Instagram da @defensoriaceara. O debate “Desconstruindo a Masculinidade Tóxica” foi conduzido pela defensora pública do Ceará, Lia Felismino.
Citando dados do Anuário Brasileiro da Segurança Pública 2020, publicado neste mês de outubro, Lia contextualiza que muitas situações sociais são acarretadas por esta questão: “84,1% dos estupros de vulneráveis foram cometidos por pessoas próximas à vítima, como pai, companheiro da mãe, vizinho, amigo. Há um incremento de 7% no índices de feminicídio, com o recorte de raça sendo forte, em que 66,6% das vítimas foram mulheres negras”, comenta defensora sobre os dados de 2018/2019. “Somos o País que mais mata pessoas trans e travestis no mundo", finalizou.