“Se todos se unirem a força será bem maior … me dê sua mão pois a minha esperança é você.” Com a letra da canção conhecida como o Hino do Excepcional, interpretada pelo Coral da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Araguaína, o encerramento no último sábado, 7, representou a mensagem mais importante da Semana de Conscientização da Pessoa com Deficiência, promovida pela Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) e parceiros.
Para o coordenador do Núcleo Aplicado das Minorias e Ações Coletivas (Nuamac), defensor público Pablo Chaer, a mobilização visa primordialmente levar a reflexão “que o direito da pessoa com deficiência gera um dever de respeito pelas pessoas que não passam pelas mesmas limitações de acessibilidade. Esse dever tem que ser exercido tanto pelo poder público, quanto pelo cidadão, na cobrança de políticas públicas mais inclusivas”, disse.
A mobilização contou com atividades de cultura, lazer e conscientização, desde segunda-feira, 2, encerrando com uma programação cultural que proporcionou momentos emocionantes, mas também animados, com música e poesia.
O evento teveapresentação do Coral da Apae já em clima de natal, apresentando ainda pot-pourri de músicas bem populares. Também contou com voz e violão e recital de poesias, em que o diretor do grupo de teatro Artpalco, Luiz Navarro, interpretou poesias de uma deficiente visual.
Durante a Semana, atividades de sensibilização foram realizadas em diversos pontos da cidade para chamar a atenção da sociedade por uma cidade mais inclusiva. Na avaliação do coordenador do Nuamac, o defensor público Pablo Chaer, a adesão foi positiva e fortalece a causa. “Ficamos muito contentes com a quantidade de pessoas que nos apoiaram neste momento transformador na cidade, esperamos que a reflexão gerada nestes eventos modifique, a longo prazo, a cultura em relação ao respeito dos direitos dos cidadãos com deficiência”, expressou Pablo.
As principais atividades foram caminhada pela Avenida Prefeito João de Souza Lima, III Encontro da Rede de Leitura Inclusiva e Acessível no Parque Cimba e ginástica funcional na Via Lago.
Avenida Prefeito João de Souza Lima
A caminhada de abertura da Semana reuniu cerca de 500 pessoas por uma das ruas mais movimentadas de Araguaína, chamando a atenção para a questão da acessibilidade na última segunda-feira, 2.
Participaram da mobilização o vice-prefeito Fraudneis Friomare; vereadores de Araguaína; estudantes e população em geral, além dos representantes de organizações civis voltadas à causa e parceiros no evento, em especial a Associação das Pessoas com Deficiência de Araguaína (ADA) e Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (CMPD). Alguns participantes foram convidados a realizar o percurso de olhos vendados e utilizando uma bengala. O trajeto de 1,5 km pela Avenida Prefeito João de Souza Lima iniciou na Feirinha terminando na Praça das Bandeiras.
Parque Cimba
Também integrando a semana foi realizado na terça-feira, dia 3, o III Encontro da Rede de Leitura Inclusiva e Acessível com participação de professores e alunos, com palestra da representante da Fundação Dorina Nowill para Cegos, Angelita Garcia. Ao falar ao público, ela fez uma audiodescrição do cenário do evento para apreciação das pessoas com deficiência visual, demonstrando a importância deste recurso de acessibilidade em todas as oportunidades.
A programação contou com o apoio de diversas instituições a partir de articulação da DPE-TO, Rede de Leitura Inclusiva e Secretaria de Educação, Cultura, Esporte, Lazer e Juventude de Araguaína e demais parceiros.
Além do dia de leitura, a ação visou mostrar diversos talentos, como a banda musical dos alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), e também proporcionou diversas atividades para mostrar como é a vida das pessoas com deficiência. As crianças com e sem deficiência se divertiram em circuitos acessíveis, onde puderam praticar dinâmicas de interação esportivas adaptadas, como voleibol sentado e golzinho com os olhos vendados. Também teve roda de conversa, contação de histórias, exposição de materiais pedagógicos acessíveis e artísticos.
A Escola Estadual Modelo levou os materiais trabalhados no Núcleo Braile de Produção Pedagógica, que funciona desde 2005, aberto às pessoas com deficiência que necessitarem de auxílio educativo, vinculadas ou não à escola. Já o Centro-Dia Especializado para Pessoas com Deficiência expôs materiais artísticos produzidos pelos usuários, cerca de 30 pessoas.
Via Lago
Na quarta-feira, 4, foi realizada ginástica funcional, circuitos esportivos acessíveis e capoeira na Via Lago. “Não por acaso, o local escolhido foi a Via Lago, porque lá ainda não tem acessibilidade plena, é para mostrar que essas pessoas com deficiência têm o direito de usufruir de todos os espaços públicos”, chamou a atenção o coordenador do Nuamac.
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