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18/01/2019

DF: Janeiro Branco - uma campanha em prol da saúde mental

Fonte: ASCOM/DPE-DF
Estado: DF
Já em sua sexta edição, neste primeiro mês do ano é realizada a Campanha Janeiro Branco, que visa mobilizar as pessoas para que reflitam, debatam e planejem ações em prol da saúde mental e da felicidade em suas vidas. No âmbito da iniciativa, a Defensoria Pública do DF fez uma entrevista com a subsecretária de Atividade Psicossocial (Suap/DPDF), Roberta de Ávila, na qual ela explica a importância da campanha para a promoção da saúde mental e fala dos projetos e atividades desenvolvidos pela Suap voltados a esse tema:
 
 
1-Qual a importância da Campanha Janeiro Branco?
 
A campanha Janeiro Branco é muito importante porque incentiva a busca da psicoterapia no cuidado da saúde mental e incentiva a sociedade a se aproximar mais das causas do sofrimento psíquico. Na DPDF, consideramos que vários estados de sofrimento são multifatoriais e constituídos a partir da relação das pessoas com seu entorno social. A gente interfere no meio e o meio interfere na gente. Isso pode promover tanto a saúde quando o adoecimento. A Defensoria, local onde trabalhamos com violação de direitos e desigualdades sociais, traz pra gente a necessidade e preocupação de afirmar essa prática e o diálogo com a sociedade de forma geral, principalmente nas populações vulneráveis. O cuidado com a saúde mental é uma questão de efetivar as políticas públicas baseadas na integralidade e na universalidade para promover a saúde mental.
 
 
2- Por que a escolha da cor branca como símbolo da campanha?
 
O mês de janeiro já tem todo um simbolismo, porque a virada do ano é um momento espontâneo, no qual as pessoas passam a refletir sobre si mesmas. Então janeiro já é, por si só, um mês terapêutico, por conta do fechamento de um ciclo, das promessas que são feitas para o ano que segue. Representa a vontade das pessoas de rescreverem uma nova história em uma folha em branco.
 
Janeiro Branco porque temos que pensar na nossa prática como instrumento da garantia de direitos, no sentido do enfrentamento da violência, da prevenção. Por isso, a saúde mental tem a cor branca. As principais condições subjetivas e objetivas que produzem sofrimento são: racismo, intolerância religiosa, violência de gênero, LGBTfobia, violência contra crianças, adolescentes e idosos, além da falta de tolerância geral. Esses são os grandes desafios da saúde mental na atualidade.
 
 
3- A Suap busca aprimorar o atendimento destinado à garantia dos direitos da população em situação de vulnerabilidade social. Qual a importância do atendimento psicossocial e quais são as atividades desenvolvidas pela Suap no que diz respeito à saúde mental?
 
Na Suap, interferimos, acompanhamos e promovemos a saúde mental por meio do projeto de Saúde Mental e do projeto RenovAção, tentando desmistificar que saúde mental não é só ausência de doença, mas um conceito global, biopsicossocial.
 
No âmbito do programa de Saúde Mental, realizado em parceria com o Núcleo da Saúde da DPDF, recebemos um número crescente de atendimentos na área de saúde mental, a maior parte por dependência química seguida de transtornos. Mesmo aquelas pessoas que não têm transtorno e não fazem uso de substâncias químicas estão adoecidas, com problemas de estresse, ansiedade e depressão. Então é muito importante que antes do tratamento a gente se preocupe com a prevenção e promoção da saúde.
 
A gente precisa entender a vivência de cada pessoa, pois pode haver pessoas que sofrem de alguma condição clínica ou viveram grandes violências sem apresentar transtorno mental. E pessoas que passaram por problemas cotidianos e que desenvolvem transtorno mental. Dessa forma, não podemos medir o sofrimento da pessoa apenas pela situação vivida. Temos que entender os sentimentos e as marcas dos indivíduos e isso é muito pessoal. Cada um vai fazer uma leitura e elaborar o sofrimento de uma forma. Isso é muito importante.
 
No projeto RenovAção a gente fala que o pensamento está muito correlacionado aos sentimentos e comportamentos. Podemos manter na nossa vida um círculo virtuoso, ou seja, se pensarmos coisas boas vamos sentir coisas boas e nos comportar de maneira adequada. Da mesma forma, se pensarmos coisas ruins vamos sentir coisas ruins e vamos ter ações negativas, que seria um círculo vicioso. Temos que estar em sintonia com o que pensamos, falamos e fazemos.
 
 
4- Quem pode ser atendido pela Suap e como é feito o atendimento/acolhimento?
 
Atendemos usuários com transtorno mental e com uso e abuso de substâncias psicoativas, para garantir o acesso deles à rede de saúde socioassistencial. Fazemos várias intervenções, como o acolhimento e atendimento psicossocial, encaminhamentos à rede pública de saúde socioassistencial, visitas domiciliares, institucionais, reuniões de rede e produção de relatórios.
 
Explicamos as diferenças entre problema mental, transtorno mental, deficiência mental, demência mental. A nossa sociedade é acometida por muitos transtornos em decorrência da vida moderna e bastante competitiva. Cada vez mais a gente percebe as pessoas com fobias, transtornos de ansiedade, de humor, alimentares, psicóticos, e gerais de personalidade. A DPDF tem trabalhado alguns aspectos importantes para se manter uma boa saúde mental; uma boa qualidade de vida cognitiva e emocional; conseguir apreciar a vida; ver as potencialidades e os aspectos positivos; não se ater somente aos problemas, mas focar nas soluções; estar de bem consigo mesmo e com os outros; reconhecer as exigências e dificuldades da vida e saber lidar com elas; ter resiliência; capacidade  de lidar com as frustrações; saber lidar com as emoções boas e desagradáveis; enfrentar o sofrimento e fazer dele um aprendizado; não se vitimizar; reconhecer os próprios limites; e buscar ajuda quando necessário. Tudo isso é trabalho na Suap, baseado na Psicologia Positiva, que buscar transformar as dificuldades em degraus para um crescimento de vida.
 
 
5- Na sua opinião, quais as principais causas do adoecimento mental?
 
Normalmente as pessoas adoecem por conta de fatores individuais ou ambientais. Os individuais estão relacionados a aspectos biológicos e psicológicos, a sua subjetividade, o que você entende como sofrimento e como enfrentamento vai determinar a doença mental. Os ambientais são determinantes sociais e se relacionam com os lugares que a pessoa vive e as experiências que ela têm.
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