Ser um “cartão de visitas” sobre o projeto de ressocialização e de abrandamento da pena por meio da leitura e, assim, buscar novos parceiros, para ampliar e aperfeiçoar a iniciativa. Com esse objetivo, foi lançada, no dia 21 de abril, uma produção audiovisual documental, sobre o Projeto "Resgatando a Dignidade pela Leitura", desenvolvido e idealizado pela defensora pública Anna Izabel e Silva Santos. Com a duração de cinco minutos e quarenta e cinco segundos, o vídeo acompanha a ação nas quatro casas penais em que é realizada: Americano II, Colônia Agrícola, Centro de Recuperação Especial Coronel Anastácio das Neves (CRECAN) e Centro de Reeducação Feminino (CRF).
Por meio de depoimentos de presos, juízes, coordenadores do sistema penitenciário e professores que orientam os espaços de ressocialização são apresentados os primeiros resultados positivos obtidos, como a produção de obras de poesia, romances e ficção.
O Projeto "Resgatando a Dignidade pela Leitura" foi concebido no ano de 2014, pela defensora Anna Izabel Santos. Sob sua coordenação, foi iniciado em agosto de 2015 e consiste no incentivo à leitura e a produção textual da pessoa que cumpre pena e no seu consequente abrandamento dos dias de cárcere. No projeto, os presos participam de reuniões semanais com professores, para debater os livros que estão sendo lidos. São ofertadas também oficinas, filmes e palestras como parte das dinâmicas estabelecidas. Participam 15 detentos por unidade e não é exigido nível de escolaridade, apenas o interesse pela leitura e o cumprimento de alguns requisitos, como o bom comportamento. O procedimento para a remissão da pena pela leitura funciona da seguinte forma: o interno precisa ler um livro a cada 30 dias. Após isso, também em 30 dias, precisa realizar a produção de um texto, explicando e resumindo a obra lida. Assim, é diminuído 4 dias da sua pena.
De acordo com Anna Izabel Santos, a ideia para realização do projeto surgiu no ano de 2012. “Atuava no Presídio Estadual Metropolitano I, um lugar problemático em que peticionar não era suficiente”. A defensora verificou então a possibilidade da implantação do plano de incentivo à leitura e, após menos de um ano de sua aplicação, conclui: “foi uma semente plantada dentro dos presídios que atualmente desenvolvem o projeto, pois possibilita que presos que sequer liam ou escreviam tomassem o interesse pelo estudo”.
Ela comenta ainda que há conversas com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe) para, futuramente, melhorar a estrutura, ampliar o número de vagas disponíveis e promover a publicação das obras. “O grande interesse de professores e alunos é, sem dúvida, o que tem garantido o sucesso do 'Resgatando a Dignidade pela Leitura'”, ressalta. “Nós descobrimos excelentes autores de livros, excelentes poetas e que já demonstram, ainda no cárcere, a vontade de sair e não mais voltar para o mundo do crime”, finaliza a defensora.
A produção audiovisual está disponibilizada para acesso no YouTube, no link: https://www.youtube.com/watch?v=yw4EJRjQrj8
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