Nº 045 - 4 de junho de 2020
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O "Histórias de Defensor(a)" desta semana traz mais um colega que é adepto aos esportes.
Defensor público há quatro anos, em Natal (RN), Daniel Dutra pratica a corrida de rua. Além das ruas potiguares, ele participou da sua primeira maratona em Chicago (EUA). Sua meta é ir para outros países que têm modalidades semelhantes como: Nova York, Boston, Londres, Berlim e Tóquio. "O maior desafio de uma competição é controlar a mente ao longo dos quilomêtros, pois o corpo, fisicamente, está preparado. Controlando a ansiedade, a prova se torna uma verdadeira diversão", conta.
O defensor explica que é essencial tirar um tempo para o esporte. "A corrida é um verdadeiro remédio para o estresse e para aliviar as preocupações diárias. A prática do esporte me ajuda a aumentar a concentração nos estudos processuais e a me manter sempre disposto para o longo dia de trabalho", afirma.
Confira a entrevista na íntegra:
ANADEP -
Quando você entrou na Defensoria Pública? Por que decidiu ingressar na carreira?
Ingressei na carreira em outubro de 2016. Desde que iniciei os estudos para concursos públicos sempre me dediquei para aqueles voltados ao cargo de defensor público. Já durante o curso de Direito me identifiquei com a carreira em razão da ampla área de atuação e pelo fim a que se destina a Defensoria Pública, que é a salvaguarda dos direitos daqueles mais esquecidos pelo Poder Público.
Hoje, além da atuação na Defensoria, você participa de corridas de rua. Há quanto tempo você pratica o esporte?
Pratico a corrida desde 2013, mas foi a partir de 2017 que, de fato, levei mais a sério o esporte e comecei a treinar com mais disciplina e com treinador.
O que o esporte significa para você?
Significa superação, buscar além do seu limite. A corrida, particularmente, tem muito a ver com a busca por nossos objetivos, pois se deve comemorar cada quilomêtro conquistado, cada minuto a mais nos treinos, pois, são das pequenas conquistas diárias que os grandes objetivos são atingidos. Faz-nos entender que, mais importante que a meta, é o caminho até ela.
Como e onde são as provas que você costuma participar? Quais seus objetivos?
Geralmente, participo ao longo do ano de provas em minha cidade (Natal-RN), correndo distâncias entre 10k e 21k. Ano passado (2019), corri minha primeira maratona em Chicago – EUA, conseguindo atingir minha meta de correr a primeira maratona abaixo das quatro horas. Meu objetivo principal na corrida é correr as seis maiores maratonas do mundo (Nova York, Chicago, Boston, Londres, Berlim e Tóquio). Chicago já foi, agora estou inscrito na maratona de Nova York, mas sem saber ainda se irá acontecer em novembro, em razão da pandemia pelo novo coronavírus.
Qual o desafio de uma maratona?
O desafio maior de uma maratona é controlar a mente ao longo dos 42,195m, pois fisicamente, quem se dispõe a correr uma maratona está preparado, uma vez que os treinamentos específicos são muito desgastantes e leva o atleta ao seu limite. Controlando a ansiedade, a prova se torna uma verdadeira diversão.
Treinar para uma competição exige uma dedicação. Como é a sua rotina de preparação com treinos e cuidados com a saúde?
Normalmente, os treinos se concentram três vezes por semana, quando não há prova em vista, mas, quando se aproxima de uma maratona, por exemplo, os treinamentos ocorrem pelo menos quatro vezes por semana e são bem mais intensos que os treinos normais. Para a prática da corrida, é importantíssimo estar com a dieta em dia, a fim de controlar o peso e obter um melhor rendimento na corrida. Imprescindível, igualmente, visitar o cardiologista, pelo menos uma vez por ano a fim de verificar se o sistema cardiorrespiratório vai bem.
Quem são seus esportistas favoritos?
Como estamos falando de corrida, sem sombra de dúvidas, um dos esportistas que mais me inspira é o Eliud Kipchoge, corredor queniano que recentemente provou que o ser humano consegue correr uma maratona abaixo das duas horas. Seu lema é “Nenhum ser humano é limitado”. Outro esportista que, para mim, foi um dos melhores jogadores de futebol do mundo de todos os tempos, é o Ronaldo “Fenômeno”, pelo futebol bonito que sempre jogou e por toda luta e superação dos problemas físicos que sofreu, dando a volta por cima.
Como é conciliar a atuação na Defensoria com o esporte? A prática do esporte te ajuda no seu dia a dia de defensor?
Apesar do grande volume de trabalho do dia a dia, com muitas audiências, processos e atendimentos, é importante tirar um tempinho do nosso dia para a prática de esportes, tanto para manter a saúde física como a mental. A corrida é um verdadeiro remédio para o estresse e para aliviar as preocupações diárias. A prática do esporte me ajuda a aumentar a concentração nos estudos processuais e a me manter sempre disposto para o longo dia de trabalho.
E, por fim, o que você acha que precisa ser feito para o fortalecimento da Defensoria Pública?
A Defensoria Pública, como órgão autônomo que é, ainda é uma instituição desconhecida de muitos brasileiros, particularmente, daqueles para quem ela é mais essencial, os hipossuficientes financeiramente. Tal cenário, presente em muitas cidades do interior do país, é reflexo do diminuto orçamento que se destina a maioria das Defensorias Estaduais, quando comparado a orçamentos dos demais órgãos do sistema de justiça, como o Poder Judiciário e o Ministério Público. É preciso, assim, garantir um orçamento digno da Instituição a fim de que a Defensoria Pública possa chegar a todos os rincões desse país, como manda a Constituição Brasileira.
Principalmente em tempos tão sombrios, como os atuais, a Defensoria Pública deve se fazer ainda mais presente, apesar de todos os obstáculos que enfrenta diariamente, para garantir que os direitos humanos sejam respeitados, que a ordem democrática seja mantida e que o cidadão hipossuficiente financeiramente tenha acesso a todos os serviços públicos com presteza e qualidade.
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