INFORMATIVO da Associação Nacional dos Defensores Públicos
Nº 18 - 22 de abril de 2014 |
Mauro Benevides
Está em seu 4º mandato como deputado federal pelo PMDB/CE. Benevides é coautor da PEC 04/2014 - Defensoria para Todos, que tramita no Senado Federal. O parlamentar também já foi senador da República pelo Ceará (2 mandatos)
Logo após o resultado da votação histórica na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ), que aprovou, na última quarta-feira (16), por unanimidade, a PEC 04/2014 – Defensoria para Todos – o deputado Mauro Benevides (PMDB/CE), coautor da proposta ao lado dos parlamentares André Moura (PSC/SE) e Alessandro Molon (PT/RJ), recebeu, no gabinete da liderança no PMDB, a equipe de comunicação da ANADEP. Em entrevista exclusiva, ele falou com orgulho da PEC que busca ampliar o acesso à justiça no país prevendo prazo de oito anos para que cada comarca tenha defensores públicos em número proporcional à demanda. O deputado afirma que a aprovação da PEC Defensoria para Todos é um compromisso. Ele ressalta, com orgulho, que foi o segundo signatário da Constituição Federal de 1988. Na época, o parlamentar era o 1° Vice Presidente da Assembleia Nacional Constituinte, então dirigida por Ulysses Guimarães. O novo texto da Carta Magna incluía a Defensoria Pública no capítulo das Carreiras Jurídicas, passando a compor o elenco entre os Artigos 127 e 134 da CF. Benevides conta também que está acompanhando de perto a tramitação da matéria. Segundo ele, tem pecorrido vários gabinetes de líderes do Congresso Nacional para falar sobre a PEC e foi um dos responsáveis pelo pedido de inversão da pauta da CCJ na última quarta-feira. “O maior beneficiário da aprovação desta matéria é o povo brasileiro, por seus segmentos mais sofridos, amparados que serão pelos defensores públicos, sempre cônscios de suas imensas responsabilidades, como operadores do direito”, destaca o parlamentar. Confira abaixo a íntegra da entrevista
Benevides: o defensor da Defensoria Pública
ANADEP -
Deputado, o senhor é um dos grandes defensores da causa da Defensoria Pública, sendo um dos autores da PEC Defensoria para Todos. Como o senhor tem acompanhado a tramitação da matéria no Congresso Nacional?
Para mim, a Defensoria Pública é uma questão de compromisso. Eu tenho acompanhado a trajetória da Defensoria, cuja criação ocorreu no bojo da Carta Magna Brasileira, promulgada em 5 de outubro de 1988 pelo presidente Ulysses Guimarães, cabendo-me a honra, como segundo signatário, de aprovar os artigos 127 e 134, que inserem o Ministério Público, a Advocacia Geral da União e a Defensoria Pública, num dos capítulos das Carreiras Jurídicas – amplamente discutidos no Plenário da Constituinte e nas suas Comissões Temáticas e Sistematização – esta última dirigida pelo notável homem público Afonso Arinos de Melo Franco. Já na Câmara, quando fui relator da Lei Complementar Nº 132/2009, é que pude melhor avaliar a relevância das tarefas cometidas aos defensores públicos. Já agora, nessa PEC Defensoria para Todos, da qual sou signatário, juntamente com eminentes colegas Alessandro Mollon e André Moura, propõe-se que haja defensor público em cada uma das comarcas do nosso país. E temos trabalhado muito em prol da PEC. É possível observar isto na manifestação soberana que a matéria teve em Plenário – tanto no primeiro escrutínio quanto no segundo turno de votação. Já no segundo turno, coube a mim, numa deferência sensibilizadora do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves, que me concedeu a presidência da mesa, onde pude acionar o painel, e mostrar os 425 votos favoráveis à matéria. Uma consagração daquilo que sempre esperamos para a concretização de um projeto de tamanha magnitude.
Já no Senado – Casa do nosso Parlamento, que já presidi em década passada – espera-se, pela justeza que se reveste a matéria, que sua aprovação seja positiva como na Câmara, mostrando a sensibilidade dos senadores em acolher proposições que reflitam o sentimento popular, particularmente quando sabido que os favorecidos serão os carentes e necessitados de toda nossa Nação. Com o resultado da CCJ, tenho certeza que vamos tão logo promulgar esta importante matéria.
Cerca de 82% da população brasileira, que recebem até três salários mínimos, são usuários da Defensoria. De 160 milhões de pessoas, apenas 45 milhões têm acesso à Instituição. Como o senhor avalia que a proposta pode mudar este quadro?
O maior beneficiário da aprovação desta matéria é o povo brasileiro, por seus segmentos mais sofridos, amparados que serão pelos defensores públicos, sempre cônscios de suas imensas responsabilidades, como operadores do direito. Destaco também os números do estudo feito pela ANADEP, em parceria com o IPEA, que aponta a falta de profissionais em 72% das comarcas do país. Esses números balisaram o deputado Amauri Teixeira (PT/BA), relator da PEC na Comissão Especial. O relatório final prevê, por exemplo, que as comunidade carentes sejam as primeiras a receber defensores públicos.
A Assembleia Legislativa do Ceará aprovou a PEC 01/2014, que visa adequar as normas constitucionais estaduais à CF, que reconhece a autonomia funcional, financeira e administrativa da Defensoria Pública do Estado. Como o senhor avalia esta conquista?
A autonomia foi algo bastante significativo e que vem sendo reivindicado há algum tempo. O governador do Estado, Cid Gomes, teve a sensibilidade de recomendar a aprovação da matéria à sua bancada. Espero que o exemplo de nossa Unidade Federada sirva de inspiração para que os demais Estados adotem o mesmo procedimento, de que trará, sem duvida, maior agilidade à ação profícua da modelar Instituição.
O senhor considera que as pautas voltadas para a defesa dos Direitos Humanos vão cada vez mais entrar na agenda legislativa?
Sim. É um processo natural até. Se observarmos nossa Constituição considerada cidadã pelos avanços sociais e direitos fundamentais a qual ela garantiu desde a sua promulgação. Essa Casa é do povo e temos que garantir e defender seus direitos.
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